Por Caminhos e Trilhas

Este Blog pretende ser um canal de comunicação entre os adeptos da caminhada, da bicicleta, do caiaque ou outros meios de locomoção que percorram caminhos não convencionais, fora do dia a dia agitado.

Edson Passold - dirsegs@gmail.com
Adilson Anuseck - aanuseck@gmail.com
Hendrik Fendel - hendrikfendel@hotmail.com

terça-feira, 25 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

Pedal de 02 de Maio de 2010

Circuito Blumenau-Luiz Alves-Ilhota-Gaspar-Blumenau at EveryTrail

Map your trip with EveryTrail

Dientes de Navarino

Por Hendrik Fendel

Há alguns anos atrás, tantos que nem me lembro mais como, ouvi pela primeira vez os termos: trilha mais austral do mundo, dientes de navarino, isolamento. Todos estes termos juntos atiçaram meu espírito aventureiro e me fizeram voltar os olhos àquele pedaço longínquo de mundo. Até que um dia marquei a data, juntei o dinheiro e pouco tempo antes de ir o Guilherme Cavallari lança um guia com todo o circuito atualizado! Foi a glória, comprei o guia de trilhas e me mandei para aquele fim de mundo.

Chegamos (eu, Hendrik Fendel minha namorada Ana Gabriela Schroeder e mais um grupo de amigos de Blumenau-SC) a Ushuaia e depois de explorar a cidade, subir o glaciar Martial e fazer um trekking de 3 dias com um clima maravilhoso chegara a hora de arranjar um transporte à Ilha Navarino. Como não conseguimos nenhuma carona com velejadores, tivemos que encarar os U$ 125 que custam o transporte internacional com toda a sua burocracia. Chegamos à ilha, nos acomodamos, visitamos o museu e o pub mais badalado da cidade, o “Angelus” e nos preparamos para no dia seguinte cair na trilha.

Guia de trilhas trekking vol 2 na mão, iniciamos a trilha em um dia nublado mas com a previsão do tempo otimista para os próximos dias. Logo no inicio da trilha para a subida do Cerro Bandeira encontramos um casal chileno equipado com um Daypack indo para uma caminhada de um dia. Cumprimentamos-nos e seguimos morro acima, encontramos mais um chileno fazendo a trilha sozinho e seguimos juntos o resto da trilha. Após alcançar o cume do Cerro bandeira, a trilha segue paralela ao vale em uma escarpa pedregosa e exposta (naquela altura já havia chovido levemente) e termina mergulhando por uma parede mais pedregosa ainda até chegar às margens da “laguna” El Salto, a meta do 1º dia. Lá encontramos dois brasileiros de Brasília (sim, o mundo é pequeno mesmo) e ficamos um tempão batendo papo até descobrir que tínhamos amigos montanhistas em comum (sim, o mundo é definitivamente pequeno). Eis que lá pelas 18 h vemos duas figuras descendo a escarpa de pedras, nos entre olhamos seriamente incrédulos e dissemos: o casal chileno veio até aqui! E já são 18 h! O resultado foi que tivemos que abrigá-los, vesti-los e alimentá-los até o outro dia. Foram salvos por nós de passarem uma noite molhados no inclemente clima pertinho do cabo Horn. Na manhã seguinte acordamos não muito cedo, outro dia nublado, e o casal de chilenos, que haviam se abrigado na barraca de seu compatriota, já haviam partido. Deixaram-nos um bilhete agradecendo a comida e as roupas e deixando o endereço para contato futuro.

O segundo dia de caminhada se inicia com uma subida inclinada no lado oposto da “laguna”, havia bastante lama e caminhamos com cuidado para não afundar as botas até o tornozelo. Neste dia há vários passos a serem vencidos, todos eles revelam belíssimos cenários e quase todos tinham neve nas partes mais altas, em alguns pontos quase até o joelho, o que dava um toque de alta montanha à trilha e obviamente colaborava com o acumulo de umidade em nossos pés. Há várias “lagunas” ou lagoas no bom português no caminho e a trilha as contorna. Onde há (haviam) árvores os castores deram um jeito de derrubar deixando um cenário de guerra, ô praga !

A chuva voltou a nos incomodar no ultimo trecho da caminhada do dia, foi importante trazer roupas impermeáveis (valeu a dica Guilherme!) e uma boa capa de mochila, aliás, imprescindível. Embora não haja altitude nesta trilha o clima é similar ao de alta montanha, e isso ficou comprovado ao chegarmos no acampamento, mal deu para montar a barraca e a chuva grossa caiu junto com fortes rajadas de vento, nos obrigado a permanecer na barraca por 12 horas. Tive que aprender a cozinhar no avanço da barraca e usar o “pipibag”. Faz parte da aventura!

Acordamos com o tempo cinzento, mas sem chuva, ufa ! Depois de um lauto café da manha e algumas fotos do local de acampamento (no dia anterior a chuva não permitiu), iniciamos a caminhada que graças a chuva estava com trechos encharcados. Iniciamos a subida do passo ventarón com uma leve garoa, que no topo se transformou em neve.

Descemos o passo, bordeamos “laguna”, subimos outro passo, descemos e a velha e boa chuva voltou a nos acompanhar por alguns instantes, o suficiente para molhar tudo e baixar a sensação térmica. Embora estivéssemos perto do mar, a umidade relativa do ar é baixa e secamos rapidamente após cada “molhada” de chuva, com exceção obviamente das botas, que por melhor que fossem a esta altura estavam encharcadas.

O acampamento do dia é as margens da “laguna” Martillo em uma área gramada relativamente protegida pelos pequenos arbustos que sobreviveram (até então) a voracidade dos castores. Acampamento montado e a prosa rolou até ser interrompido pela chuva mais uma vez, porém, em 20 min. ela havia passado e voltamos à boa prosa.

Neste acampamento chegaram mais dois franceses e como a chuva nos obrigou a retornar ao abrigo da barraca não conseguimos descobrir mais detalhes sobre eles até o dia seguinte. Mais uma vez a janta foi feita na barraca, e a idéia de levar comida liofilizada facilitou bastante, afinal era só esquentar água e deixar hidratar, sem a necessidade de cocção.

Durante a noite o tempo se deteriorou muito, a chuva inclemente virou neve com o frio da noite e o vento chacoalhava a barraca. Ao amanhecer não havia sinal de melhora, choveu granizo e chegamos a conclusão que teríamos que sair da montanha naquele dia de qualquer jeito. Na primeira pausa da chuva vimos os franceses e os brasileiros de Brasília saindo e nos preparamos para segui-los, porém, 5 min. depois da partida deles voltou a chover “canivete” e lá estávamos nós, todos vestidos com botas calçadas esperando dentro da barrada mais 1 hora até finalmente a tormenta amenizar e nós iniciarmos a caminhada do 4º dia. Foram 16 horas dentro da barraca.

Obviamente, logo após a partida fomos “agraciados” por mais uma chuva de lavar a alma. A trilha se transformou em banhado e todos os riachos viraram rios caudalosos, os quais dificilmente escapávamos de molhar (ainda mais) os pés.

A chuva finalmente parou: depois da tempestade vem a bonança, alguém falou ! Antes da bonança propriamente dita tivemos que achar um lugar para atravessar rio caudaloso formado por uma represa de castor enorme recém rompida. Com a quantidade imensa de chuva, ela não resistiu e partiu (em conversa posterior com os brasileiros de Brasília, descobrimos que eles passaram a represa caminhando por cima da mesma, ou seja, a represa havia se partido entre o espaço de 2 h entre nós e eles). Mais um banho gelado e estávamos aos pés do passo Virgínia, o último e mais imponente passo do circuito. Neste ponto encontramos os franceses se secando sobre uma pedra (sim, a tal da bonança chegou e havia um solzinho), eram dois velejadores por volta dos 65 anos encharcados até as orelhas e “meio perdidos”. Aproveitaram nossa passada para nos seguirem e na descida do passo formamos um grupo.

No passo Virginia fomos agraciados pele bom tempo e céu azul, o que além de levantar o moral deixou os imponentes montes Lindenmayer, baia Virginia e canal de Beagle á vista. A descida do passo estava muito exposta, pois além de ser inclinada e feita de pedras soltas havia neve acumulada. Passando a neve foi só divertimento nas pedras soltas, dando pequenos passos e mantendo o equilíbrio com os bastões de caminhada deslizamos até a “laguna” los guanacos e a bordeamos pela esquerda. Ao final entramos em um bosque, sempre em descenso até a “laguna” las guanacas onde é o local de acampamento do 4º dia, eram 19 h.

Tudo envolta da “laguna” estava encharcado e tivemos que tomar a decisão de partir ou ficar. Demos uma rápida olhada no guia de trilhas trekking vol 2, o trecho a frente poderia ser feito em 2 h. O por do sol seria as 21 h. e decidimos ir. Juntei o grupo (eu, Ana, Marcelo chileno e os 2 franceses) e falei que o trecho seguinte era de difícil navegação pois existe um emaranhado de trilhas e nenhuma mais obvia, pedi que todos ficassem atentos as marcas e que andássemos o mais rápido possível para não ficarmos a noite no meio daquele mato fechado. Foi uma descida estressante, muitos troncos caídos no caminho, muitas trilhas, poucas marcas ou “hitos” e o dia ia se acabando. Finalmente avistamos a baia Virginia e o meu stress diminuiu, o bosque deu lugar a um pasto com muitas árvores velhas caídas e muitas com espinhos. As 21 h, na última penumbra do dia, pisamos na estrada, todos junto e a salvo!

Lanternas a postos e encaramos a estrada até um local de acampamento que eu havia marcado no GPS, no caminho luzes de carro vindo contra nós, era uma caminhonete dos carabineiros. Perguntei se eles nos dariam uma carona até porto Willians e a resposta foi positiva, foi a 1ª vez que andei de camburão! Eles nos deixaram na frente do hostel, serviço de primeira !

Confira fotos da trilha em: http://picasaweb.google.com/hendrik.fendel/IlhaNavarino#

sábado, 24 de abril de 2010

Pedal de 28 km entre Blumenau e Gaspar em 18 de abril de 2010.

 

Contorno Rib Fresco-Garcia-Garuva


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Pedal de Tiradentes – 21 de Abril de 2010

Partindo da Praça dos Músicos (antiga Gaitas Hering) grupo de ciclistas, liderados pelo Boos  percorreu o trajeto abaixo, com parada para almoço no Pesque Pague Martina. O percurso inclui estradas asfalto e terra. 

 

Contorno do Morro do Cachorro de bicicleta


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